terça-feira, 6 de novembro de 2007

Tão certo quanto Buenos Aires ser a capital do Brasil.


Há tempos que vinha ensaiando para escrever sobre um assunto que me incomoda um pouco. Somos ou não somos um povo americano?
A expressão “americanos” desde que me entendo por gente, sempre foi usada para se referir ao povo natural dos Estados Unidos da América. Mas de alguns anos para cá um grupo de pseudo-intelectuais insistem em usar “estadunidenses”, justificando que americanos somos todos nós.
A justificativa é simples, mas ignora todo o contexto cultural e geográfico que está por trás da nomenclatura inicial.
Puxando na memória lembro-me das entediantes aulas de geografia e história, quando se referiam “as Américas”, nos ensinando sua divisão em América do Norte, América Central e América do Sul. Antes disso, toda briga política de dominação do continente entre portugueses e espanhóis e posteriormente os ingleses por cada pedaço do novo mundo, em busca de riquezas naturais.
Voltando aos tempos atuais, nosso continente hoje se divide em canadenses, americanos(ou estadunidenses, como preferir) e latino americanos, que representa toda a “rapa” que vive no quintal do tio Bush, abaixo da fronteira com o México.
E ainda tem o detalhe dos brasileiros estarem de fora da alcunha de “latinos”, pois como diz Caetano Veloso em uma música sua “nós não somos latino americanos”. E isso é uma verdade, pois culturalmente os latinos são todos aqueles de língua hispânica, e como nós somos os únicos herdeiros da cultura lusitana das bandas de cá do oceano, ficamos meio que sitiados.
O que a união européia conseguiu mesmo depois de décadas de discussões, nós americanos, latinos, ou qualquer outra coisa do gênero, estamos longe de conseguir. A famosa viagem que Che Guevara fez com sua motocicleta, em conhecer a América do Sul, hoje não conseguimos fazer nem de avião, por conta de palhaçada toda na aviação “brasileña”.
Isso tudo sem contar a reportagem mostrada no Jornal da Noite de Rede Bandeirante, no último dia 6 de novembro, em que mostrava toda tecnologia e contingente policial para vigiar a fronteira dos E.U.A., enquanto que no extremo oposto com o Canadá, à passagem de pessoas de um país ao outro não há dificuldade alguma.
Se nos anos oitenta Renato Russo bradava “que país é esse?”, hoje no mundo globalizado devemos questionar “que continente é esse?”, onde não há(ou muito pouca) união econômica, interação cultural e intelectual, ou mesmo acesso para se conhecer melhor a terra em que vivemos.
Por isso não me importo se deve falar estadunidense ao invés de americano, pra mim isso não faz diferença. Não nos comportamos como uma “união americana” mesmo. Aqui é cada um por si, e dinheiro para poucos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Independência? Onde? Quando?



Amanhã comemoraremos mais um ano da independência do Brasil. Algumas pessoas irão para as ruas assistir ao desfile, ou mesmo participar de algum ato cívico. As escolas principalmente fazem questão de jurar a bandeira, cantar o hino nacional, ou coisas do tipo.
Nosso patriotismo se resume a isso? Afinal, o que é realmente patriotismo ou mesmo independência?
Para o nosso presidente da república independência tenha um significado financeiro, quando ele mesmo se orgulha de dizer que hoje não somos mais devedores do FMI. Pagamos enfim a dívida externa, que com certeza nos custou bilhões só de juros, e que no fim nem era uma dívida, pois o dinheiro era financiamento dos EUA para período de ditadura que muitos de nós vivemos.
E se a gente for mesmo cavocar a nossa história, perceberemos que qualquer movimento de “revolução” que aconteceu aqui, só aconteceu por conveniência. Dom Pedro I só declarou e se realmente fez isso às margens do rio Ipiranga, fez porque Portugal já tinha explorado de tudo no Brasil, e tava começando a ter despesas com esta terra, e torná-la um país era uma forma de se livrar do prejuízo econômico.
Assim como os militares que desfrutaram de todo dinheiro da terra do Tio Sam, durante a ditadura, e quando esse dinheiro acabou, junto com a Guerra Fria, nada mais sensato do que entregar os farrapos do estado para os “democráticos”. A democracia brasileira começa sua história de forma miserável e ainda devendo pros Estates.
Hoje em dia, contamos a história do nosso país sem uma devida análise mais aprofundada, com exceção de alguns especialistas, nos limitando a símbolos e rituais patrióticos, como se isso mostrasse alguma lealdade ao Brasil.
O próprio EUA, mesmo com todo esse totalitarismo bushiano, tem uma história de sangue e pólvora de um povo que lutou contra o exército britânico, a fim de tornar a América do Norte uma nação livre e próspera. E nós? Por acaso temos esse legado de sangue? Nossos heróis realmente derramaram sangue por este país, ou será que Tiradentes não passaria de um “Zé Rainha” da inconfidência mineira? Seríamos realmente capazes de morrer pelo país, como diz o hino da bandeira?
Somos um país que recebeu sua independência por um decreto político, por isso, as coisas boas que esse país poderia ter, não saem do papel. E salve nossa santa hipocrisia. Amém.

sábado, 1 de setembro de 2007

MOMENTO "RELAXA E GOZA!"

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domingo, 26 de agosto de 2007

Tudo pelo iPhone.




Vivemos numa sociedade onde não basta você adquirir coisas materiais, tem que ser o primeiro a tê-las, como se isso lhe desse um status social muito maior.
Exemplo disso é o lançamento do aparelho de celular da Apple no último dia 29 de junho, o iPhone, que vem com a promessa de revolucionar a telefonia móvel, por possuir tecnologia exclusiva e design totalmente inovador.
Sem dúvida é um sonho de consumo como outro objeto qualquer, como um notebook de última geração, uma Ferrari, uma mansão na Flórida, etc.
O problema é quando as pessoas se abarrotam a frente de uma loja, para serem os primeiros a possuírem a mais nova tendência tecnológica. Até mesmo celebridades como Woopi Goldberg sucumbiram ao consumo da parafernália e resolveu enfrentar a fila para ser um dos felizardos recordistas da apropriação da mesma.
Sair da loja exibindo seu novo telefone celular de última geração tinha o mesmo significado de alguém que é premiado com um oscar e vai para a sala vip mostrar seu troféu.
Quase dois meses depois desse barulheiro todo, pessoas já reclamam de suas aquisições, pelo fato do aparelho não funcionar direito, e das contas virem em quantidades gigantescas de folha, para detalhamento de tudo aquilo que é utilizado pelo iPhone. Os fuçadores de plantão, conhecidos como hackers, já tentam exaustivamente desbloquear o aparelho para uso com outras operadoras.
Enfim, um brinquedo de gente grande, com preço idem, que nos faz refletir se realmente vivemos entre seres humanos, ou meros tecnólatras que só se preocupam em consumir, consumir, e consumir como se a vida só se resumisse a tal.
Somos capazes de enfrentar filas imensas para comprar o que está na moda, mas nos sentimos cansados e sem a mesma motivação para assuntos e atitudes mais pertinentes à sociedade em que vivemos.
E nós aqui do hemisfério sul, ainda nos perguntamos por que o presidente George W. Bush foi reeleito, assim como o nosso também.

domingo, 5 de agosto de 2007

Deus e a casca.



A história das religiões sem mostrou um cenário de guerras, interesses políticos e econômicos mesmo em pleno século XXI. Conquistar, apropriar ou mesmo destruir em nome de Deus sempre foi um pretexto para que homens levantassem seus impérios, domínios e ideologias.
Não é a toa que o islamismo vem crescendo no mundo todo, mesmo com toda a campanha contra que o lado ocidental do globo tem jogado em cima dos seguidores de Mohamed.
Mas confusões políticas à parte, a religião, seja ela qual for, sempre em se preocupa em explicar quem é Deus, e “suas” vontades perante seus fiéis.
Sejam sacrifícios, penitências, dízimos ou simples rituais mecânicos, todos são impostos de maneira que se não seguidos, terão como conseqüência o castigo divino.
O “temor a Deus” citado na bíblia é confundido com o terror “escatológico” pregado nos “palcos” eclesiásticos, colocando a massa sedenta por determinações em situação de dívida e pânico auto existencial caso não se consiga cumprir as “ordens superiores”.
Onde está o Deus de amor que se prega no cristianismo? Onde está o Amor de Deus que é descrito em qualquer livro de fé religiosa?
Seria Deus um ser tirano, ou Ele está sendo pregado pelos tiranos da raça humana, a ponto de colocarem suas raivas e indignações nos estatutos e atitudes dos procedimentos religiosos, moldando um Deus tão falho, perverso e amargo quanto nós?
Falamos tanto da misericórdia de Deus, mas não nos conformamos com alguém que promove o mal por toda vida, e suplica a justiça e o perdão divinos em seu leito de morte.
Quem somos nós pra apontar nossos dedos inquisitores abraçados com a nossa ortodoxia meramente humana e mesquinha, nos julgando superiores ás ideologias alheias?
É mais fácil desertar alguém que contesta os meios por pensar diferente, do que tentar refletir o porquê da religiosidade ser capaz mais de destruir do que realmente construir o caminho que nos liga a Deus.
Despirmos das doutrinas e emblemas eclesiásticos nos fará se aproximar mais de Deus, conhecer melhor sua pessoa, e nos sentirmos verdadeiramente filhos dEle e não seus escravos.

Adeus uol blog, olá Blogger!!!


Olá pessoal... por mais de um ano m e utilizei dos recursos do zipnet da uol com meu blog http://okcomputer.zip.net/ mas o pessoal dá uol já me limitou, e por isso vim pra cá, continuar o já fazia... artigos sobre assuntos diversos da atualidade... por enqto fica abaixo o meu último post do okcomputer republicado aki no mero espectador...
Vida longa e própera a todos!!!

Síndrome de Lost na aviação brasileira.

Pra quem adora teorias da conspiração, poderíamos dizer que foi só a televisão brasileira começar a transmitir as temporada do seriado Lost (onde um avião cai numa ilha deserta e os sobreviventes tentam descobrir os segredos da mesma), a aviação tupiniquim vem ladeira abaixo.
Primeiro o avião da empresa aérea Gol em setembro do ano passado, e agora da TAM no final de julho deste ano.
Tá certo que outros desastres já ocorreram em nossa história da aviação civil, mas nada se compara ao que vem acontecendo nesses 11 meses de tragédias e crises. Nunca foi tão difícil pegar um avião no Brasil, que seja uma ponte aérea Rio-São Paulo.
Mas a resposta é simples: pessoas com menor poder aquisitivo tem conseguido viajar de avião, o que aumenta o contingente e exige maior estrutura tanto do governo por parte dos aeroportos, como das companhias aéreas com suas aeronaves.
Viajar de avião até pouco tempo atrás era coisa de “bacana”, e como hoje em dia o “povão” também sua poltrona garantida (ou não), o desenvolvimento devido não acompanha o crescimento (pra variar).
Já passou hora dos governantes descruzarem os braços, e ficarem empurrando os problemas e as responsabilidades com a barriga, e começar a transformar o Brasil num país mais acessível para todos, pelas diversas vias de transportes possíveis.
As linhas férreas estão aí abandonadas e praticamente invisíveis por conta dos matagais e da falta de vontade política. Pois pra quem diz q trem é coisa do século retrasado, olhe pros EUA ou mesmo pra União Européia e veja como as ferrovias têm facilitado a vida de muita gente.
Já vivemos num continente histórico e socialmente dicotomizado e ainda mais num país vasto, onde cada estado é um país, não temos condições nem mesmo de explorar nossa própria terra.